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O aquário low-tech (baixa manutenção e plantas pouco exigentes).

Olá caros colegas!Venho compartilhar essa matéria que li, é sobre os aquários Low tech achei muito interessante e creio que poderá sanar muitas dúvidas de iniciantes, a matéria foi publicada no site Aquarismo Paulista, confira...

Muitos aquaristas associam erroneamente a manutenção de Macrófitas (plantas aquáticas) em aquário muito trabalhoso e em algumas ocasiões não se desenvolvem sem motivo aparente, optando por plantas artificias. O uso de plantas naturais no aquário ajuda a melhorar e manter a qualidade da água, uma vez que agem como verdadeiros filtros naturais, além de deixar o aquário esteticamente muito mais natural e agradável.
Porém, assim como os peixes, ou qualquer ser vivo, demandam de alguns cuidados básicos em sua manutenção. Para seu pleno desenvolvimento exigem que seja suprido suas necessidades através da luz (fotossíntese), nutrientes (macro), elementos traços (micro-nutrientes) e gás carbônico (CO²). Algumas plantas exigem proporções maiores ou menores destes elementos variando de acordo com a espécie. Isto explica o porquê de algumas plantas serem fáceis de se manter no aquário e outras mais difíceis.
Para a felicidade de muitos aquaristas, é possível ter um belo aquário com plantas com pouco investimento e sem grande preocupação com sua manutenção, uma vez que existem várias espécies de plantas que demandam de pouco ou nenhum cuidado por parte do aquarista. Este tipo de aquário comumente é conhecido como aquário low-tech, aquário de baixa tecnologia ou aquário de baixa tecnologia.
Ao contrário do aquário plantado (high-tech), onde o investimento é mais elevado em aparatos tecnológicos e demanda maiores cuidados por parte do aquarista, o aquário de baixa manutenção, ou low-tech, apresenta igualmente a mesma beleza, porém poderá ser mantido com pouco ou nenhum aparato tecnológico demandando menos atenção na manutenção das plantas, uma vez que apresentam crescimento lento e são pouco exigentes nos quesitos CO2, iluminação e nutrientes.
O aquário low-tech não possui adição de CO2, as plantas utilizam da respiração dos peixes para se obter deste gás, uma vez que o peixe converte o O² em CO2 através de sua respiração. A iluminação intensa é descartada, optando por uma iluminação mais moderada e o substrato não precisa ser necessariamente fértil, podendo ser sustentado por processos biológicos naturais que podem fornecer os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas.
Por estas razões, a manutenção destes aquários são mais simples, dispensando podas constantes das plantas e fertilização das mesmas, além de apresentar poucos problemas com algas e um menor gasto de energia elétrica.
Dependendo das plantas que se pretende manter, os equipamentos utilizados no aquário poderá variar conforme poderá conferir:

  • Substrato fértil: somente utilize se for possuir uma maior quantidade de plantas ou de acordo com sua exigência nutricional. O substrato poderá ser inerte e neutro, como os comuns cascalhos de rio e areia de filtro de piscina, as plantas irão retirar os nutrientes necessários para sua sobrevivência através dos resíduos dos peixes e restos de rações que se acumulam no substrato. Uma alternativa viável para quem deseja utilizar substrato fértil, será utilizá-lo somente nas áreas que irá plantar ou mesmo utilizá-lo em pequenos vasos que serão enterrados sob uma generosa camada de substrato inerte.



  • Iluminação: a iluminação neste tipo de montagem será moderada, uma vez que as plantas são de crescimento lento e exigem pouca luminosidade para de desenvolver. Além de não haver nutrientes “sobrando” na água, aliado a iluminação baixa evita-se a formação de diversos tipos de algas no aquário. Em geral algo em torno de 0,3 a 0.5 watts por litro, ou de 20 a 30 lumens por litro, será o suficiente.



  • CO2: como já explanado no artigo, não será necessário injetar gás carbônico no aquário, as plantas obterão naturalmente através da respiração dos peixes ou via atmosfera.



  • Nutrientes: com a ausência do CO2, aliado também a eventual ausência do substrato fértil, as plantas tendem a se desenvolver lentamente, minimizando a taxa de absorção de nutrientes. A longo prazo pode ser que ocorra uma pequena defasagem entre a relação nutrientes e desenvolvimento das plantas, cabendo o aquarista observar se será necessário acrescentar micro e macro nutrientes via fertilizantes líquidos. Existe no mercado diversos fertilizantes líquidos funcionais que poderá ser utilizado, ainda assim com cautela e esporadicamente, para evitar que “sobre” nutrientes na coluna de água que não serão consumidos pelas plantas, podendo causar o surgimento de algas.

Plantas de baixa manutenção ou pouco exigentes
A escolha das plantas corretas é fundamental para o sucesso neste tipo de aquário. O foco primário do artigo é justamente apresentar plantas que se encaixem neste perfil, ou seja, plantas que não exijam CO2, iluminação intensa e fertilização em demasia, mas que ainda assim deixe o aquário com uma beleza natural representado por uma flora aquática de qualidade e bem dimensionada

  • Amazonense (Echinodorus amazonicus)
  • Amazonense Espada (Echinodorus osiris)
  • Amazonense Gigante (Echinodorus bleheri)
  • Anubia barteri
  • Anubia barteri var. glabra
  • Anubias barteri ‘Broad Leaf’
  • Anubias barteri ‘Nana Petit’
  • Anubias barteri ‘Nana Gold’
  • Anubias barteri ‘Coffeefolia’
  • Anubia do Congo (Anubias heterophylla)
  • Azola (Azolla caroliniana)
  • Bacopa caroliniana
  • Bacopa monnieri
  • Cabomba (Cabomba caroliniana)
  • Chapéu de Couro (Echinodorus grandiflorus)
  • Christmas Moss (Vesicularia montagnei)
  • Cryptocoryne beckettii
  • Cryptocoryne undulata
  • Cryptocoryne wendtii
  • Echinodorus latifolius
  • Echinodorus schlueteri
  • Echinodorus tenellus ‘amano’
  • Echinodorus uruguayensis
  • Elódea (Egeria densa)
  • Erect Moss (Vesicularia reticulata)
  • Hydrocotyle leucocephala
  • Hygrophila corymbosa
  • Hygrophila polysperma
  • Hygrophila polisperma sunset
  • Hygrophila stricta
  • Ludwigia palustris
  • Microsorum pteropus
  • Microsorum pteropus ‘Narrow Leaf’
  • Microsorum pteropus ‘TROPICA’
  • Microsorum pteropus ‘Windelov’
  • Monosolenium tenerum (“Pellia”)
  • Musgo de Java “Moss” (Vesicularia dubyana)
  • Najas indica
  • Pinheirinho (Limnophila aquatica)
  • Pinheirinho (Limnophila sessiliflora)
  • Rabo de Raposa (Ceratophyllum aquaticum)
  • Sagitária (Sagittaria subulata)
  • Samambaia Africana (Bolbitis heudelotii)
  • Samambaia d´água (Ceratopteris thalictroides)
  • Samambaia de folha larga (Ceratopteris cornuta)
  • Trepadeira Chinesa (Cardamine lyrata)
  • Utricularia graminifolia
  • Valisnéria Anã (Vallisneria nana)
  • Valiesnéria Espiral (Vallisneria spiralis)
  • Valisnéria gigante (Vallisneria gigantea)
  • Vallisneria tortifolia
* moss = musgo
Dicas importantes

  • A fertilização neste tipo de aquário em regra geral é dispensada, porém se houver indício de deficiência de nutrientes nas plantas poderá adicionar fertilizantes líquidos. Utilize somente metade da dosagem indicada pelo fabricante e esporadicamente.
  • A manutenção neste tipo de montagem em geral é quase nula, porém deve-se podar as plantas para assegurar a estética e incentivar seu crescimento.
  • A troca parcial de água é importante, principalmente no início da montagem quando as plantas estarão se adaptando ao aquário e com desenvolvimento bastante lento, devendo ser feito semanalmente. Com o aquário estabilizado, em geral deve-se trocar em torno de 30% da água quinzenalmente, porém a quantidade de água, assim como a periodicidade, é variável de acordo com o número de peixes que o aquário possui e filtragem.
  • Embora as plantas irão retirar os nutrientes dos restos de rações e detritos dos peixes, não se deve deixar acumular estes elementos em demasia no substrato.
  • A filtragem biológica é de suma importância, opte por filtros com maior capacidade de armazenamento de mídias biológicas como cerâmicas e afins.
  • A vazão do filtro não poderá ser muito forte podendo criar um ambiente lótico e nem tão fraca a ponto de se criar um ambiente lêntico. Utilize uma vazão média de 5x a 8x o volume do aquário por hora, desta forma terá uma boa circulação de água dispersando os nutrientes uniformemente, evitando criar áreas estagnadas.
  • Mesmo que não pretenda utilizar, opte por plantas de crescimento rápido na montagem inicial do aquário a fim de evitar algas, mesmo que venha a substitui-las outros tipos de plantas após a estabilização do aquário.
  • É desejável plantar densamente o aquário. Observe o aquário de cima, a área visível do substrato deverá estar em torno de 20 a 30%. Caso não queira ter um aquário densamente plantado, considere plantar pelo menos metade da área do substrato, desta forma pode-se evitar o surgimento de algas.
  • Respeite o período de ciclagem do aquário e adicione os primeiros peixes somente depois que o ciclo finalizar. Adicione poucos peixes semanalmente até atingir uma quantidade sensata de peixes de acordo com o tamanho do aquário e filtragem.
  • Embora paliativos no controle de algas, considere possuir alguns peixes e invertebrados comedores de algas.



Em geral, este tipo de aquário é ideal para o aquarista que demanda de pouco tempo para sua manutenção (podas, fertilização, etc), mas ao mesmo tempo quer ter um belo aquário com plantas naturais demonstrando um aspecto visual bastante natural. Além do aspecto visual, os peixes se sentem melhores quando inseridos neste tipo de ambiente, além das plantas ajudar a manter a água saudável.

Referências
Autor: Edson Rechi – Dezembro/2013
• aquarismopaulista.com

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